As Ópticas Conselheiros da Visão têm, como principal objectivo, alertar e sensibilizar a população para os problemas de visão relacionado com a aprendizagem das crianças. Algumas deficiências visuais podem ser detectadas e encaminhadas para um correto tratamento, antes de originarem outras complicações que podem tornar-se irreversíveis.
Em idade escolar, a prevenção passa pela detecção atempada da patologia, para que esta possa ser corrigida e tratada precocemente. Neste sentido, é necessário que os pais e professores estejam atentos aos sinais manifestados pela criança para corrigir qualquer problema de visão que esta possa vir a ter.
É importante referir que a visão do ser humano não é inata, desenvolve-se logo após o nascimento e é influenciada pelo ambiente visual e a experiência de vida do indivíduo. Com base nesta ideia, se o sistema visual de uma criança não se desenvolveu até ao seu nível óptimo, actividades visualmente exigentes (como a leitura e a escrita) podem ser ineficientes ou desconfortáveis. Existem vários estudos que indicam que crianças com fraco rendimento escolar ou diagnosticadas com Transtorno de Défice de Atenção e Hiperatividade, não foram devidamente avaliadas para problemas visuais que possam estar, consequentemente a contribuir para o insucesso escolar, levando a que a criança gaste a maior parte da energia só a tentar descodificar o carácter e por consequência, resta pouca energia mental para compreender e recordar o sentido da palavra ou o seu contexto.
Quais as principais prevalências:
– Hipermetropia (dificuldade em ver ao perto) – 10 a 20%
-Astigmatismo (córnea com formato irregular, resultando numa visão distorcida) – 10%
– Miopia (dificuldade em ver ao longe) – 2 a 4%
– Amblíopia – cerca de 4% das crianças sofrem de olho preguiçoso
– Somente 14% das crianças com menos de 6 anos fazem exames visuais
– Somente 31% das crianças entre os 6-18 anos de idade fazem exames visuais
Concluindo, cerca de 20 a 25% das crianças em idade escolar têm problemas de visão, sendo os mais comuns:
Quais indícios de distúrbios oculares
Quais os problemas de visão em casa:
* Dor ou comichão nos olhos, com tendência para coçar constantemente
* Dificuldade em distinguir cores
* Testa franzida ao focar imagens
* Ver televisão muito perto
* Olhos vermelhos e irritados
Quais os problemas de visão na escola:
* Dificuldade em ver o conteúdo escrito no quadro
* Desinteresse
* Dores de cabeça após leitura
* Lentidão ao copiar a matéria
* Aproximar demasiado os olhos dos livros e cadernos
Então, e como resolver problemas de visão?
Qual a importância do diagnóstico precoce.
O sistema visual só vai ter um desenvolvimento adequado se for correctamente estimulado desde os primeiros meses de vida até aos 8-10 anos. Qualquer processo que interfira neste caminho vai ter consequências definitivas. Por outro lado, o tratamento que for realizado nesta fase também terá consequências definitivas.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o olho preguiçoso (amblíope) deve sempre ser tratado alguns anos antes da entrada da criança na escola primária – quanto mais cedo melhor. O tratamento depois dos 3-4 anos limita a capacidade de recuperação e agrava o prognóstico.
Outro problema de visão em crianças é a Amblíopia. Então e porque ocorre a Amblíopia?
A amblíopia ocorre quando a informação visual é transmitida de forma deficiente e não estimula o cérebro de forma adequada. Nesta fase, o cérebro pode escolher usar um olho e “esquecer”, ou ignorar o outro. Na prática, ocorre falta de treino e aproveitamento de capacidades visuais.
Então porque é que a informação visual é transmitida de forma deficiente se o olho é estruturalmente normal?
Essencialmente por 3 razões: erros refractivos muito diferentes entre um olho e o outro (ex: um olho “normal” e outro com miopia), estrabismo (olhos desalinhados), ou falta de transparência dos meios (ex. catarata).
O olho não usado (porque não tem o erro refractivo corrigido, ou porque está desalinhado ou porque tem uma catarata que não foi removida) vai perder visão, não porque está danificado, mas porque o cérebro não o está a usar.